Kruger Park, leões sem jaula!
Situado a meio caminho do trajeto entre Maputo e a velha cidade mineira da província de Mpumalanga, o Kruger Park é uma das reservas naturais mais antigas do mundo e uma das mais importantes de África.
Temos duas entradas no Kruger próximas da fronteira com Maputo: Crocodile e Malelane.
Podemos escolher entre o luxo em alguns lodges que ficam dentro do Kruger mas numa espécie de reserva privada e os camps (bungalows) para nos alojarmos de uma forma mais simples e mais aventureira. Ou ainda junto às portas de entrada do parque, onde também existem alguns lodges.
O Kruger Park abrange uma área com cerca de 350 km de comprimento e 60 de largura localizada ao longo da fronteira moçambicana. Foi criado em 1926 e a probabilidade de ver os chamados Big Five – leão, leopardo, búfalo, elefante e rinoceronte fica acima de qualquer expectativa.
Para chegar ao Kruger basta ir até Maputo num dos voos da TAP por exemplo, alugar um carro e seguir até à fronteira que fica a cerca de 1H20 de caminho. Não se esqueça que para entrar em Moçambique é necessário Visto.
A moeda oficial de África do Sul é o Rand.
Este é um lugar para esquecer do tempo, fazer milhares de fotografias, aproveitar a excelência da luz solar, os cenários que se pintam na natureza e a vida que se desenrola a cada instante.
Olhe o infinito, esqueça as horas, veja mais uma flor se abrir na acácia que serve de chapéu à girafa... não se canse de olhar, só de olhar, de cada vez que o fizer, em silêncio, desligando o motor do seu carro, vai descobrir mais formas de vida, vai reparar em tudo o que está à sua volta que a velocidade não deixava ver, vai sentir a vibração, escutar os sons da natureza, deixe-se tocar pela brisa suave, não resmungue, não reclame, não desista de procurar .... este é um lugar abençoado.
As pessoas podem entrar no Kruger com o seu veiculo, devendo obedecer a todas as regras de segurança, seguir os mapas e sobretudo ter o cuidado de não importunar a vida dos animais.
A comida é excelente e os preços tem uma relação de qualidade acima de todos os lugares onde já estive, paga-se justo pela qualidade. Os vinhos são divinais, os aromas únicos, os sabores misteriosos acrescentam sabedoria aos nossos paladares. Depois de um simples bife de Kudu com molho pimenta, como só estas gentes africanas de mãos abençoadas conseguem cozinhar... ficamos mais exigentes com qualquer prato que nos apresentem, sim ficamos muito mais exigentes!
O dia é para passar dentro do Park, entramos de madrugada, ainda antes do Sol nascer e por vezes, voltamos apenas para um bom pequeno almoço, um mergulho na piscina e ficar por todo o resto do dia à procura da bicharada. Outras vezes se temos sorte e muitos grandes encontros, especialmente com os felinos.... ficamos e esquecemos até o pequeno-almoço.
De madrugada está sempre à nossa espera um café aromático com um bolo pedra, que só se consegue comer molhando no café, senão arriscamos a partir os dentes, mas que saudades eu sinto destes sabores.
As madrugadas são frias e sabe tão bem aquele ritual, o doce que fica na boca de um biscoito amanteigado cortado pelo ligeiro amargo do café a escaldar.
Dentro do park existem lugares lindos para parar e comer uma refeição leve. E à noitinha regressamos exaustos, cheios de histórias para contar e partilhar, com gentes do mundo que por ali se cruzam. Ao sabor de um gin tónico e de uma biltong (carne seca temperada), ou de uma manga desidratada; juntos ganhamos apetite para uma jantarada à volta da fogueira.
Depois os barulhos da noite, os rugidos, os gritos da macacada, os sons que não identificamos mas que há sempre alguém que nos ensina, que nos mostra, que nos explica...
Depois do jantar tantas e tantas vezes preguiçamos junto à lareira tentando avistar alguns animais que se aproximam dos lodges, ou por haver água, ou até porque se sentem protegidos. Há sempre um deck, estilo observatório e com sorte uma hiena, um leão.... quem sabe... aparece.
Claro que uma boa máquina fotográfica e binóculos são indispensáveis. As roupas devem ser de cores claras, enquadrando-se na própria natureza, umas boas botas de caminhada e um casaco quente, até um corta-vento se possível, dado que a deslocação dos jipes (caso queiramos fazer safaris organizados) nas madrugadas e à noite são dolorosas pelo vento. Embora existam sempre mantinhas fantásticas e em alguns lugares, até sacos de água quente para os passeios.
