Gerês é Natureza
O Parque Nacional da Peneda-Gerês é um dos locais mais bonitos de Portugal.
Estamos perante um verdadeiro paraíso natural.
Um mundo mágico onde a Natureza impera, trilhos por vales e montanhas, cascatas, lagoas...
Planeámos uns dias entre amigos e lá rumámos serra acima.
Começámos por Pitões das Júnias, um lugar simples, casas de granito, gente amável, ruelas estreitas.
Em cada recanto a história revela os seus segredos... a natureza mostra os seus encantos...
Visitámos a imponente Cascata.
E claro as ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias
Um lugar encantado, de muito fácil acesso.
Pensa-se ter sido fundado por Monges no séc. IX, destinava-se a albergar Padres Beneditinos. Posteriormente entregue à Ordem de Cister. Abandonado após a extinção das Ordens religiosas de Portugal no ano de 1834.
Terá sido vitima de um incêndio, restando a sua magnífica Igreja de nave única e cobertura de madeira que conserva ainda um interessante portal lateral românico e um retábulo seiscentista, na capela-mor.
Recentemente a organização do Parque Nacional da Peneda-Gerês promoveu uma intervenção arqueológica no Claustro e na cozinha.
De seguida fomos até à Aldeia do Xertelo para dar início ao Trilho das 7 Lagoas.
Decidimos comer uma bucha antes de seguir caminho para ganhar energia e fizemos muito bem pois foram mesmo muitas horas andando por aí.
Não posso disfarçar a satisfação, a alegria e boa disposição que nos uniu e nos levou a ultrapassar todas as dificuldades.
Nos guiou e guardou, nas escorregadelas, nos arranhões, tropeções, banhocas refrescantes...
Entre gargalhadas e muitos kms a caminhar, cerca de 20, acabámos por esticar aqui e ali o percurso.
Uma grupeta do melhor!
Até chegar às 7 Lagoas são mesmo umas horas, estava um dia maravilhoso, o que ajudou bastante.
O segredo para suportar o calor é ir molhando a cabeça, pelas fontes, pequenos riachos... onde quer que se encontre a água da VIDA.
Depois claro, levar água potável e alguma coisa para trincar... frutos secos, fruta fresca... chocolate por exemplo!
Calçado super confortável e de preferência sola aderente, para não escorregarmos a toda a hora...
Um final de tarde que não apetecia terminar NUNCA, de molho nestas águas cristalinas e doces, a contemplar o verde bucólico e exuberante da envolvente.
Montanhas imponentes, Pedras que parecem figuras humanas...
Imagens que impulsionam e dão vida aos sonhos...
E o nosso dia que valeu por mil anos terminou já numa corrida contra o seu fim, antes que os Lobos resolvessem aparecer ....
Ali algures no meio da Serra o Sol despedia-se a grande velocidade e o Quarteto fantástico em contra-relógio mantinha a passada firme, na conquista dos últimos 5 Kms até ao Motor que nos levaria ao repasto.
Dormimos no Dobau Village, um lugar tranquilo, confortável.
Mesmo à beira rio.
Extrema simpatia e disponibilidade, bom pequeno-almoço.
No dia seguinte prontos para mais uma Maratona, começámos pela Ponte de Misarela
O caminho para a ponte faz-se lindamente e vale cada passo.
A ponte medieval da Misarela (Ponte do Diabo), sobre o rio Rabagão, é um dos locais mais emblemáticos do Gerês, e reza a lenda que é obra do Diabo.
A verdade é que a sua localização isolada, no fundo de um desfiladeiro escarpado e bordejada por penedos e densa vegetação, é simplesmente idílica.
Já para não falar da imponente Cascata que se enquadra na perfeição neste quadro único.
De seguida, avançámos pela estrada fora a caminho da cascata de Pincães.
A Cascata de Pincães é uma das lindas do Gerês.
Uma piscina natural de chão de areia, é irresistível.
Deixamos o carro na aldeia de Pincães e seguimos a levada a pé, durante cerca de 2km, até à cascata. Não é fácil, sempre a subir durante cerca de meia hora, mas é incrível. E o mergulho nela foi inspirador.
De seguida aguardava-nos a lindissima Cascata do Tahiti ou Cascata Fecha de barjas.
As Cascatas do Tahiti, formadas pelas águas do rio Arado, são magnificas, além da beleza, as suas águas são refrescantes e puras.
Atenção à descida, ocorrem vários incidentes por aqui, aconselhamos a descer um pouco mais à frente da indicação e das escadas, pois foi por aí que regressámos e percebemos que era mais seguro e menos difícil.
Neste dia queríamos ter ido à Cascata do Arado e ao Miradouro da Pedra Bela...
Mas aqui fica a promessa iremos voltar...
Optámos por seguir até à Mata da Albergaria e caminhar na Geira Romana....
Desfrutando com serenidade o final de tarde neste bosque encantado e pleno de vegetação...
E mil e uma cascatas lindíssimas.
Já de rastos acabámos por não descer à Cascata da Portela do Homem...
Observam-se Carvalhos Seculares e imponentes, árvores incrivelmente belas.
Flores de todas as cores..
O Santuário da Nossa Senhora da Peneda é mais um lugar de paragem obrigatória mas desta vez também ficou adiada a sua visita.
Seguimos para a Vila do Gerês onde jantámos tranquilamente antes de rumar à Casa onde iríamos pernoitar.
Aa termas da Vila são o local perfeito para repor energias mas a malta volta para uns tratamentos lá para os 70 anos.
Fomos dormir à magnífica Casa de Ladreda
Atendimento de excelência, muito mimados, um lugar bonito para aproveitar mais tempo, mas as nossas visitas estavam planeadas ao minuto e não usufruímos do espaço o quanto este merecia.
Esta magnífica capela pertence à Herdade.
De manhãzinha lá seguimos por Fafiães, também muito ficou por fazer nestas paragens...
Encontrámos por diversas vezes os lindos garranos...
E vacas imponentes... e curiosas...
E o nosso destino seguinte foi o Sistelo, onde percorremos parte dos passadiços.
A natureza deslumbra a cada olhar, a cada momento...
Seguimos até ao Soajo
São poucos aqueles que ainda não se cruzaram com uma fotografia dos famosos espigueiros, cuja função era a de secar o milho grosso através das fissuras laterais, e ao mesmo tempo impedir a destruição do mesmo por roedores através da elevação deste.
Como o milho requer que seja colhido no Outono, este precisa de estar o mais arejado possível para secar numa estação tão adversa como o Inverno.
Muito interessante também era toda a Comunidade desenvolver trabalho para cuidar e ajudar todos. Tendo como objectivo ninguém passar fome.
Almoçámos Cachena no restaurante Saber ao Borralho que é um prato típico de carne de vaca assada no forno, estava divinal.
A carne leva cerca de 6 horas a cozinhar e acompanha com arroz de feijão com enchidos que é qualquer coisa!
Já impressionados com os espigueiros do Soajo, seguimos para Lindoso, onde junto ao Castelo encontramos muitos mais.
Subimos ao Castelo de onde as vistas são magníficas.
O nosso destino final era a aldeia de Germil.
Uma pequena e típica aldeia por onde passeámos entre as casas.
Também por aqui encontrámos espigueiros...
E também por aqui fizemos uma pequena e linda trilha.
Deixamos para a próxima o Santuário de São Bento da Porta Aberta é o segundo maior santuário de Portugal, apenas superado pelo Santuário de Fátima, que recebe cerca de 2,5 milhões de peregrinos por ano.
Fica muito por ver e rever e voltaremos certamente.
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