Tomar a cidade dos Templários
Cidade à beira do rio Nabão.
Dizem alguns historiadores que Tomar é o sitio mais importante da história templária do mundo, na medida em que deixou um castelo e uma igreja majestosos e praticamente intactos.
Atravessando 8 séculos de história, a construção do Castelo foi ordenada por D. Gualdim Pais em 1160, quando D. Afonso Henriques, rei de Portugal doou as terras à Ordem dos Cavaleiros Templários, pela ajuda na reconquista de território aos mouros.
A Ordem existiu de 1118 a 1307.
No inicio do séc. XIV o Papa Clemente V extingue os templários e manda confiscar os seus bens.
Mas D. Dinis que na altura reinava, cria uma nova Ordem, fazendo transitar para ela os bens. Nasce assim a Ordem de Cristo.
Cem anos depois deu-se a conquista de Ceuta, o Infante D. Henrique é nomeado governador, grão-mestre da Ordem em meados do séc XV; uma das figuras mais extraordinárias da nossa história, mandatário da construção do Convento de Cristo.
Foram aqui delineados os Descobrimentos, terá sido Tomar uma capital espiritual do nosso Portugal!
A visita ao Castelo dos Templários e ao Convento de Cristo é obrigatória basta contemplar por fora para perceber que entramos e cada canto nos deslumbra e nos ensina e nos traz orgulho de sermos portugueses.
Vale a pena passar algumas horas neste lugar único.
Todos os espaços são fascinantes, de todos os pormenores emana uma vontade de contemplar, de permanecer, de reviver os nossos antepassados, a nossa história.
A história de Tomar consegue ir para além destas maravilhas, possui um vasto património religioso, a Igreja Gótica de Santa Maria do Olival e a Sinagoga do séc. XV, o templo medieval judaico mais antigo de Portugal.
Santa Maria do Olival é uma Igreja Gótica de três naves, muito ampla, com uma luz incrível. Paulo Loução, historiador e filósofo lisboeta defende que a entrada desta igreja é como uma entrada no útero da terra: Diz a tradição que existia um túnel que ía ter ao Castelo do outro lado do rio. É um lugar cheio de espiritualidade, lendas e simbolos.
Na Praça da Républica, a Igreja de São João Batista. Na verdade, o grande destaque da igreja está nos detalhes do seu Portal, de inspiração manuelina.
Nesta linda Praça encontramos a estátua de Gualdim Pais, entre os Paços do Concelho e a Igreja.
O Edifício da Câmara Municipal abriga uma galeria de arte, aberta de quarta a domingo.
E mesmo aqui nesta Praça magnifica onde cada canto denuncia história, riqueza cultural, almoçamos maravilhosamente no restaurante Taverna Antiqua que é um novo conceito de restaurante temático, ambiente medieval e comida dos tempos antigos!
Daqui podemos seguir pela Rua Infantaria 15, cruzar a Av. Cândido Madureira, seguindo pela Rua Luís XV e Av. General Bernardo de Faria até chegar à Igreja de São Francisco.
Apenas 400 metros de caminhada e entramos para conhecer a imagem de Santa Iria, padroeira da cidade.
Bem próximo, dentro do Convento de São Francisco, siga as placas indicativas para o Museu dos Fósforos. Para nós ficou ainda por visitar pois não queríamos perder pitada das animações da Festa dos Templários.
São dezenas de milhares de caixas de fósforos representativos de quase todos os países do mundo. Por isso tenho que voltar, fiz coleção de caixinhas de fósforos e adoro, afinal estão quase extintas.
O Museu dos Fósforos abre diariamente, das 10:00 às 17:00, e a visita é totalmente grátis.
Saindo do Museu, logo do outro lado do claustro, fica a Oficina de Olaria e Azulejaria.
Ao sair da Oficina, voltamos à Av. Dr. Cândido Madureira e virando à direita temos a Casa dos Cubos que é um projeto arquitectónico de reabilitação de uma antiga fábrica da cidade.
Não perder ainda a Capela de Santa Iria que é um espaço pequeno, mas de uma beleza ímpar.
Mais uns dias por Tomar valem tudo a pena, a vista da cidade a partir da Capela Nossa Senhora da Piedade e um passeio pela Mata dos Sete Montes, um verdadeiro manto verde onde antes rezavam os monges e hoje se passeiam as famílias.
O Aqueduto dos Pegões Altos.
Imperdível é um passeio pela baixa de Tomar, seguindo pela Rua principal da cidade, a Serpa Pinto, onde aconselho o Café Paraíso.
Depois a Rua Joaquim Jacinto, onde temos a judiaria mais antiga de Portugal atualmente um museu; e a casa natal de Lopes Graça um dos maiores maestros e compositores do séc XX.
Se a sua intenção for visitar Tomar num Domingo de Junho, verifique se por acaso é ano de Festa dos Tabuleiros e terá o privilégio de ver o centro da cidade transformado num verdadeiro salão de festas onde passa um cortejo de moças de tabuleiros de pães entrelaçados à cabeça, coroados com uma pomba do Espírito Santo.
Nós fomos afortunados com a festa dos cavaleiros templários, uma autêntica festa medieval.
Corria o ano de 1190 quando, a 13 de julho, 900 guerreiros muçulmanos comandados pelo rei de Marrocos se lançaram num cerco ao Castelo Templário de Tomar.
A batalha arrastou-se por seis dias até que as forças portuguesas, compostas por 200 cavaleiros liderados por Gualdim Pais, puseram fim ao cerco.
Nas lindas festas templárias, sucedem-se eventos que procuram reconstruir a história, o regresso dos cavaleiros e seus jogos de armas, organizados num grande acampamento templário mas também com músicos, malabaristas, saltimbancos, danças medievais, mercadores, artesãos e figuras que povoam o imaginário da Idade Média.
Tasquinhas e feirinha de artesanato em pura harmonia com este ambiente delicioso.
Pernoitámos num espaço tranquilo na Quinta da Eira velha na Aldeia do Mato.