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A inconfidência de Tiradentes
- Ana Marecos
- 27 de mai. de 2018
- 5 min de leitura
Tiradentes era o apelido do líder da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier. Nascido na Vila de São José Del Rei, em Minas Gerais, no ano de 1746.

Marcou o seu nome na história brasileira ao participar de uma tentativa de revolução contra o domínio da coroa portuguesa no reinado de D. Maria, a "louca".

O inconfidente morava em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto.
Tiradentes vivia de forma simples, como um homem do povo, sem influência política ou dinheiro.

Mas os seus ideais e liderança sonhavam mais alto e fizeram com que se unisse a um grupo da aristocracia mineira para iniciar o movimento da inconfidência, que tinha como objetivo conquistar a Independência do Brasil.

Em 1789, no meio do movimento de luta contra a exploração de Portugal, Tiradentes acabou delatado por Joaquim Silvério dos Reis. O movimento da inconfidência foi descoberto pela coroa e os inconfidentes foram julgados no ano de 1792.

Como grande parte dos membros da inconfidência fazia parte da elite mineira, muitos deles receberam penas leves. O único condenado à forca foi Tiradentes. Ele foi executado e esquartejado a 21 de abril de 1792, para mostrar ao povo o poder da coroa portuguesa.

Partes do seu corpo foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. A sua casa foi queimada e os seus bens confiscados.
Após a sua morte, Tiradentes passou a ser considerado um herói nacional, que entregou a sua vida pela luta da independência do Brasil.
Este Homem inspirou muitos revolucionários e idealistas.

Em 1965, foi instituído no Brasil o Feriado de Tiradentes, comemorado exatamente no dia 21 de abril, data da morte do inconfidente.

Exerceu diversos trabalhos entre eles minerador e tropeiro (condutor de tropas de animais, transportadoras de mercadorias). Também foi alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais.
Era um excelente comunicador e orador.
Entre as profissões que teve, estava a de dentista amador, por isso foi apelidado de Tiradentes.


Minas Gerais foi berço de uma das revoluções mais importantes na luta pela independência do Brasil.
O movimento que se revoltou contra os abusos da Colónia ficou conhecido como Inconfidência Mineira.


O percurso desde Belo Horizonte faz-se muito bem, as estradas são boas e em cerca de 3 horas e meia estávamos já a jantar no lindíssimo restaurante TragaLuz.


A comida é razoável mas as sobremesas são uma autêntica tentação, deliciosas mesmo, em especial a do doce de goiaba e a do doce de leite! De comer e chorar por mais.
A decoração do restaurante também é especial.
Dormimos no Antiquário & Pousada da Matriz, onde fomos muito bem recebidos. A Pousada está muito bem localizada, é um lugar bem simples e pouco sofisticado, a precisar de uma boa recuperação e mais atenção a detalhes e limpeza.
O pequeno almoço foi óptimo e a paisagem do jardim linda!


Este percurso dá continuidade à Estrada Real, vale a pena adquirir o Passaporte e ir carimbando nestas cidades e lugares tão especiais e tão bem preservados.

O nosso passeio em Tiradentes foi extraordinário, as igrejas, o centro histórico, algumas lojinhas e cafés com uma decoração digna de foto!



Um ambiente calmo, descontraído, todos os recantos dão vontade de fotografar.


Vale a pena destacar a Igreja Matriz Santo António esculpida pelo Aleijadinho, tem um orgão português e as Fénix seguram os candelabros.


Gostaria de destacar a importância da obra de Aleijadinho por muitas destas paragens:

António Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, possui uma vasta obra, entre talha, projetos arquitetónicos, relevos e estatuária, realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas.

Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira, quase em consenso, como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar de destaque na história da arte do ocidente.


Diz-se que era pardo-escuro, tinha voz forte, a fala arrebatada, e o génio agastado: a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça redondos, testa volumosa, o cabelo preto e anelado, a testa larga, o nariz regular, os beiços grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto".
Aleijadinho era filho de uma escrava e de um mestre-de-obras português. Iniciou a sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho do seu pai que também era entalhador.
Por volta dos 40 anos de idade, desenvolve uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte.
De acordo com o relato, Aleijadinho tinha plena consciência de seu aspecto terrível, e por isso desenvolveu um humor perenemente revoltado, colérico e desconfiado, imaginando que mesmo os elogios que recebia por suas realizações artísticas eram escárnios dissimulados.
Na fase anterior à doença, as suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto).
Já com a doença, Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo.
Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto.

Ainda em Tiradentes gostaria de destacar o Chafariz S. José de Botas, com as suas 3 bicas, uma para beber, outra para os cavalos e outra para lavar roupa.

Dai até Bichinhos a natureza e o seu encanto perseguem-nos ....





Aqui a inesquecível prova da cachaça e venha Mazuma!!!!


Comprei um doce de leite com café que nem consigo descrever... e eu que achei que não gostava de doce de leite!!


O artesanato de uma criatividade singular, adorei passear por aqui.

Tal é esta demonstração de criatividade, onde já se viram galinhas tão vaidosas!

Pavões feitos de caricas!

Caixotes do lixo pintados de fresco!

Trabalhos em madeira incríveis.

Parámos na Casa Torta mas estava fechada não deu para visitar por dentro.

A experiência de almoçar no Tempero da Ângela deu descanso à nossa barriguinha com verdadeiras delicias desta região mineira onde a comida é maravilhosa.


Seguimos para S. João del Rei onde passeámos...

Visitámos grande parte das Igrejas, a Catedral Basilica Nossa Sra do Pilar onde encontramos azulejos portugueses;


A Igreja São francisco de Assis e a sua linda fachada, a deslumbrante Igreja de Nossa Srª do Carmo.

Entre outras lindas igrejas...

São João já é uma cidade grande, difícil de percorrer a pé, mas com muito da nossa construção colonial, fascinante!






É a maior cidade setecentista.

Parámos ainda em Prados cheia de lojas de artesãos, algumas igrejas...




E subimos ao Mirante do Cruzeiro onde já se via o Sol descer!


E assim fica sempre o desejo de repetir estes momentos e reviver também um pouco da nossa história!

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