A Aldeia Flutuante
Siem Reap fica no Noroeste do Cambodja e é sem dúvida a cidade mais importante do país, pois é a partir dela que se tem acesso aos templos de Angkor.
Esta pequena cidade não tem grandes atrações, tirando a animação da noite, nos barezinhos da Pub Street e o pequeno mercado noturno.
Todos os caminhos vão dar à Pub Street.
Jantar num dos muitos restaurantes e aproveitar para provar a comida típica deles é uma opção para a noite.
Uma das especialidades gastronómicas mais relevantes é o barbecue khmer que conta com algumas carnes exóticas no menu. Além disso, é obrigatório provar o delicioso Amok. As opções de curry vermelho com leite de coco, com frango e vegetais, também são uma delícia.
Mas nada como a comida do Vietname e da Tailândia, até agora as minhas favoritas!
No Cambodja nem cambiámos dinheiro, em todos os lugares aceitam e cobram em dolars.
Os pratos custam em torno de 3 dolars e a cerveja local nem chega a 1 dolar. Por isso convém levar notas de valor baixo.
Importante também é sempre ficar alerta com os furtos e os golpes que as crianças tentam aplicar aos turistas.
E na hora de visitar estes grandiosos Templos, importa saber que teoricamente é falta de respeito mostrar os ombros e os joelhos ao entrar nestes lugares sagrados. No entanto, apercebi-me que eles são bastante flexíveis nesse aspecto.
Dia 17 de Novembro
Chegamos de manhã cedo a Siem Reap.
Conhecemos o nosso doce Chantrea, o guia que nos acompanhou durante grande parte da viagem.
Estava muito mais calor do que no Laos e até na Tailândia e o Chantrea deu-nos algum tempo para relaxarmos na piscina.
E almoçarmos por ali.
Depois de almoço, visitámos a Aldeia Flutuante Chong Kneas no maior Lago de água doce do Sudoeste da Ásia Tonle Sap.
A área do lago muda seis vezes por ano por causa da estação das monções.
Apanhámos um barco para a vila de pescadores para observar o estilo de vida dos locais.
Chong Kneas é um aglomerado de três aldeias de casas flutuantes construídas dentro das plantas inundadas.
As cores alegres das casas e dos barcos, disfarçam bastante as vidas destas gentes humildes.
A escolinha flutuante...
Tudo é de uma simplicidade incrível...
Vidas ao sabor das águas...
Confesso que muita coisa passa pela minha cabeça nestes momentos, o valor que damos às coisas materiais, o egoísmo de tantas das nossas escolhas.
Somos afinal felizes com tão pouco.
Aproveitar para aprender, observar, perceber o papel que desempenhamos e o que significa a vida no seu essencial.
E de facto, como se lê no Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry... O essencial é invisível aos olhos.
A floresta de mangue inundada circunda a área e é o lar de uma variedade de vida selvagem, incluindo macacos comedores de caranguejo.
Mas infelizmente os animaizinhos só se vêm enjaulados e tristes.
E os outros estão presos ou acorrentados.
O Camboja sofreu muito durante o Império Khmer e a guerra do Vietname.
A pobreza é visível em todos os cantos do país.
Nesta zona do Cambodja, que recebe muitos turistas, há gangs organizados que vão buscar crianças aos intervalos das escolas ou nas férias escolares e os colocam em locais que fazem passar por escolas de órfãos.
Por causa das cheias que são habituais, as casas são altas e sustentadas por estacas. Debaixo destas estacas tudo acontece, a vida continua, além da sombra, criam-se animais, brincam crianças...
As aldeias são bastante típicas. As casas flutuam amarradas a bidões de plástico e os seus habitantes movem-se no Lago Tomle Sap e no rio utilizando pequenos barcos de madeira.
Ou por vezes, algo mais original ainda!
Infelizmente, junto do café e do local onde existe uma criação de crocodilos, há uma concentração de crianças e mulheres a pedir.
As crianças, algumas são tão pequeninas que nem se apercebem do perigo, outras já sentem raiva de quem não lhes dá dinheiro e gritam desesperadas... one dolar!
Estas gentes precisam de aprender a ter dignidade, educar e ensinar isso sim... falta de tudo por aqui...
Dormimos no charmoso Wheel Garden Residence