Campos da Morte
Dia 20 ao final do dia chegámos a Phnom Penh e jantámos em grande festa num Grego super simpático!
A noite é animada!
Há pessoas que parece que estão à nossa espera do outro lado do mundo!
Dormimos 2 noites no Vacation Boutique Hotel, adorei este lugar, linda e cuidada decoração, mesmo um hotel boutique, digno do seu nome!
Pequeno almoço à la carte servido a rigor, maravilhoso.
Adorei o pormenor da oferenda de um croissant e um café a Buda!
Dia 21 de Novembro
Hoje visitamos a cidade de Phnom Penh
Phnom Penh é o nome da maior cidade e capital do Cambodja.
Desde o período colonial francês, significa literalmente, Colina da Penh, em alusão à Senhora Penh que segundo a lenda ter-se-á deparado com uma figura de Buda num tronco oco que veio ao seu encontro com as cheias do Rio Mekong. Esse seria um sinal de que este queria uma "nova casa" pelo que mandou construir o Wat Phnom ou Templo da Colina.
Atenção aos tuk-tuks, dizem que são os piores de todos os lugares da Ásia, a enganar os turistas!
Killing Field Museum Cheoung Ek
A cerca de 17km do centro de Phnom Penh encontramos os killing fields de Choeung Ek, o local mais conhecido onde o Khmer Vermelho levava a cabo as suas práticas de genocídio contra a sua própria população.
Aqui foram encontrados quase 9000 corpos enterrados.
Hoje em dia é um local calmo, rodeado de pequenos lagos, que transmite uma estranha e arrepiante tranquilidade.
Os chamados Campos de Morte de Choeung EK, onde existia um cemitério chinês antes de se tornar um centro de execução para o Khmer Vermelho durante o reinado maníaco de Pol Pot entre 1975 e 1979.
Choeung Ek é uma das muitas valas comuns em todo o país que datam dos dias do Kampuchea Democrático.
Se a história recente do Vietname já era triste e violenta, a do Cambodja aperta ainda mais o coração.
Cerca de 2 milhões de pessoas foram mortas, em quatro anos, pelas mãos do sanguinário Pol Pot.
Muitas foram brutalmente espancadas com martelos, paus, pedras e folhas de palmeira entre outros objectos e enterradas ainda vivas... bebés, crianças, mães, homens, idosos... ninguém escapava.
O início do período mais sangrento da história de um país que foi disputado durante séculos pela Tailândia/Sião e Vietname.
Até então o país estava sobre o domínio francês.
Em 1952 o Rei Sihanouk dissolve o parlamento e enceta esforços no sentido de alcançar a independência do país. Em 1954, esta é finalmente reconhecida na conferência de Genebra.
De 1969 a 1973 os EUA bombardearam incessantemente os guerrilheiros comunistas do Cambodja e do Vietname do Norte.
Um dos maiores massacres da história da humanidade, foi criada a Frente Unida de Salvação Nacional que conseguiu expulsar o Khmer Vermelho do poder após a invasão Vietnamita em finais de 1978.
Os intelectuais foram especialmente perseguidos, sendo o simples facto de usar óculos suficiente para uma condenação.
Só em 1991, com a queda da União Soviética, foi reposto o Reino do Cambodja e em 1993 o poder foi novamente entregue ao rei Sihanouk embora sob supervisão das Nações Unidas.
Hoje em dia Phnom Penh, outrora conhecida como Pérola do Oriente, preserva de forma voluntária e explícita parte dos locais onde decorreram as perseguições, torturas e massacres deste passado recente.
Prison Museum Toul Sleng
Visitamos Toul Sleng, conhecido como o Museu dos Crimes de Genocídio.
Em 1975, a Escola Toul Svay Prey High foi tomada pelas forças de segurança de Pol Pot e transformada numa prisão conhecida como prisão de segurança 21 (S-21).
Foi usada pelo Khmer Vermelho como centro de detenção e tortura no final de 1970.
Actualmente abriga exposições, pinturas e fotografias de muitas das vítimas.
Encontramos aqui dois sobreviventes, testemunhas destes dias tristes e cujo olhar denúncia os pesadelos da Alma.
Royal Palace
O Palácio Real é um complexo de edifícios que serve como residência do Rei do Cambodja.
Foi construído no séc. XIX, no ano de 1866, sobre o reinado do Rei Morodom.
Após o termino da sua construção em 1870, a família Real mudou-se de Oudong, ao Norte de Phnom Penh, para a região central da capital.
Arquitectos, designers tailandeses e administradores franceses apoiaram nesta construção.
Silver Pagoda
O pagode de prata está localizado à parte do complexo do Palácio.
Abriga muitos tesouros nacionais, como estátuas de ouro e jóias de Buda.
Ex-libris da riqueza do Cambodja.
Passeámos muito pela cidade, até porque o trânsito é de tal forma caótico em alguns lugares que não conseguimos andar, senão a pé.
A loucura, cada um carrega o que pode, passa por onde consegue...
O policia apita desalmadamente, esbracejando, mas deixa-se ficar ali no meio quase a ser esmagado, acaba sorrindo a quem passa.
É fascinante observar esta agitação.
Fala-se ao telemóvel, levam-se crianças às costas... cabe sempre mais um!
O charme continua a assumir-se, seja lá o meio de transporte que se utilize, limousine ou mota!
Visitámos e almoçamos a zona do Russian Market.
Vai-se trabalhando e descansando ao mesmo tempo!
O mercado russo, assim chamado pelos estrangeiros porque a população expatriada russa predominantemente comprava aqui na década de 1980.
A zona de alimentação é imperdível.
O mercado da carne e do peixe.
Ao redor desta zona há uma rua com cafézinhos e restaurantes simpáticos.
Os monges descansam da meditação e conectam com o mundo!
Tem uma grande variedade de artesanato e antiguidades, grande parte são falsos, incluindo Budas em miniatura, esculturas em madeira, sedas, jóias de prata , instrumentos musicais.
E no final do dia fizemos um passeio de barco a ver o pôr de Sol no Mekong.
Proporcionando uma vista pitoresca do Palácio Real, Museu Nacional, parques e o horizonte de Phnom Penh.
Através do Tonle Sap e subindo o Rio Mekong para ver as vilas flutuantes dos pescadores.
A pobreza é infelizmente a cara desta cidade.
É revoltante olhar para estas formas de vida.
Muitas das crianças de rua são alugadas ou vendidas pelos próprios pais que em desespero procuram ajuda para alimentar a família.
Diz-se que são entregues a gangs. As crianças passam o dia a percorrer a cidade em busca de estrangeiros a quem pedem dinheiro. Em troca desse dinheiro a criança recebe um prato de comida diário e um local para dormir.
E acabamos a noite com uma enorme festa na cidade. O lindo Festival da Água, fomos abençoados por esta celebração.
O mundo veio juntar-se à rua!
E cabe sempre mais um, estende-se a toalha no chão e pimba espalha-se a comidinha por todo o lado e vai disto!
Um autêntico bacanal de comida, música e boa disposição.
E no Rio passam as lindas embarcações todas iluminadas!
Pirosas ou não, festa é festa!
Nós optámos por comer muito bem no Riverside Bistro, um caril de camarão e um Amok supimpa!
A oferta era razoável, entre umas baratinhas voadoras fritas, lesmas cozidinhas, gafanhotos ou cobra no espeto, sapos assados...
É caso para dizer venha de lá o diabo e escolha!
Dia 22 de Novembro
Phnom Penh – Sihanoukville – Koh Rong
E lá fomos nós até à praia, para mergulhar as mágoas e acreditar que um dia a vida será melhor para todos!