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Chapada Diamantina e o desafio da Fumaça

A linda Chapada Diamantina fica a umas cinco horas de carro da cidade de Salvador da Bahia.



A Tap Air Portugal voa directamente de Lisboa para Salvador.


Alguns dos meus sonhos na Chapada eram...



Subir o Morro do Pai Inácio, ver a imensidão da paisagem!


Desafiar todas as forças no alto da Cachoeira da Fumaça (mas tive cagufa de ir mais além)!



Mergulhar nas águas transparentes da Pratinha!



Espreitar a luz no Poço Azul e no Poço Encantado (que ficou adiado)!



É uma aventura repleta de cachoeiras, montanhas, trilhas, grutas e banhocas em águas de cores quentes e doces...



A região da Chapada Diamantina ocupa uma área do interior do Estado da Bahia de 38 mil km² onde fica o Parque Nacional.




A principal porta de entrada da região é a cidade de Lençóis, desde Salvador da Bahia fica a uma distância de 430 km.



Além de Lençóis, outras cidades e vilas merecem uma visita:


Mucugê fica a 147 Km de Lençóis e é interessante especialmente para quem pretende conhecer o Poço Azul, o Poço Encantado e a Cachoeira do Buracão;



Vale do Capão, localizado em Palmeiras, a 72 Km de Lençóis. Aqui encontramos um clima mais alternativo, esotérico.



A não perder a Pizza do Thomas na Pizzaria Capão.


E Igatu, fica a 112Km de Lençóis, uma cidade de pedra que é resquício dos tempos de garimpo.


Aqui podemos fazer a trilha do Mirante do Caim, de onde se tem uma visão incrível para o Vale do Pati.



Mas teremos que voltar um dia para as visitar com mais calma.



Desta vez, o tempo não permitiu alongar as visitas, ficámos apenas em Lençóis.



A Companhia Aérea Azul voa para a cidade de Lençóis, mas a nossa viagem foi de carro.



Ter carro disponível é muito bom pois além de circularmos à nossa vontade, economizamos em alguns passeios.



A minha amiga Rosita, uma pessoa de amabilidade extrema ajudou-me muito na organização deste passeio e escolheu o Rómulo para ser o nosso companheiro, guia de viagem e condutor por estas paragens.


Ter carro próprio é maravilhoso, dá-nos uma grande margem em relação à forma como utilizamos e gerimos o nosso tempo, fica mais económico. Além disso, a maioria das atrações não precisam de guia.


Mas claro que um guia que conheça bem a região facilita e muito todos os lugares a visitar.



Há boas pousadas em toda a região, no entanto, muitas estavam cheias e outras tinham preços um pouco altos e com ajuda da Rosita conseguimos uma casa para duas noites onde ficámos. Era um lugar simples mas limpo e deu para descansar.


A Chapada Diamantina pode ser visitada durante todo o ano.



De Novembro a Março, o clima é quente e húmido, com muitas chuvas e temperaturas mais elevadas.

Entre Maio e Setembro o clima é mais seco e com temperaturas um pouco mais baixas.


As chuvas deixam a vegetação mais exuberante e as cachoeiras mais cheias, mas, por outro lado as trilhas são mais difíceis de percorrer.


Para quem tem o sonho, deseja ver o fenómeno dos raios de Sol no Poço Azul (deverá ir entre Fevereiro e Outubro, e na hora do almoço, entre as 12 e as 14 horas), e para o Poço Encantado (deverá escolher os meses entre Abril e Setembro e entre as 10 e as 13:30 horas).


A Chapada tem lugares encantadores para conhecer, tais como o Morro do Pai Inácio, Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Buracão, Poço Azul, Poço Encantado, Poço do Diabo, Pratinha, Cachoeira do Mosquito, Cachoeira do Sossego, Ribeirão do Meio...



Grutas lindas, o Vale do Pati, a Cachoeira da Fumacinha, a lindíssima Cachoeira do Mixila.


Queríamos ver o máximo e a Rosita orientou-nos para o possível.


Começámos pela maravilhosa Gruta da Lapa Doce



É um lugar lindo.



Repleto de formações rochosas fantásticas.



Considerada uma das mais largas e extensa da América Latina.




É um mundo subterrâneo impressionante. A terceira maior gruta do Brasil.



A entrada só é permitida com guia.



Usamos uma lanterna ou o nosso telemóvel pois nalguns lugares a escuridão é total.



Verdadeiras esculturas e, se deixarmos voar a nossa imaginação encontramos um presépio, um anjo, um lustre, um mocho gigante....




Uma infinidade de estalagtites e estalagmites, estamos rodeados de arte, obra da natureza mãe.



O trajeto percorrido de 850 metros é apenas uma pequena parte de toda a imensidão que a Lapa Doce oferece.




Um dos momentos mais mágicos no local é quando o guia nos pede para apagarmos todas as lanternas e escutarmos o profundo silêncio que nos rodeia.



Uma sensação maravilhosa de paz paira no ar e permite a cada um de nós fazer a sua reflexão...



Naqueles poucos minutos que parecem uma eternidade, quem sabe temos a oportunidade de nos enchermos de Amor e de sairmos dali melhores pessoas.



Seguimos para a deslumbrante Pratinha.



Aqui existe a possibilidade de aproveitar várias actividades, tais como: flutuação nas águas transparentes do Rio Pratinha, que passa por dentro de uma gruta; observação da entrada de luz na Gruta Azul; mergulho no espelho d’água; tirolesa; caiaque, etc.



Optámos por relaxar e desfrutar das águas.



Chamado o Oásis do Sertão, é a terceira água mais cristalina do Mundo.



E no final da tarde subimos ao Morro do Pai Inácio.



O Pai Inácio é imperdível, especialmente ao pôr do Sol.



A subida não é das mais difíceis, mas exige um pouco de fôlego.



São 500 metros de subida, para atingir um cenário grandioso, soberbo.



Por incrível que pareça fotografei sem saber, o coração de pedra... pisando aqui e ali, reparei nele ... só depois li sobre a sua existência!



É impressionante quando o tom dourado da luz solar desce sobre os rochedos.



Não ficámos lá em cima até escurecer, pois apertava o cansaço, a fomeca...



O Morro do Pai Inácio, distante 26 km de Lençóis, é um dos ícones da Chapada Diamantina.



O cenário do topo da montanha é apaixonante.



Do alto é possível ver a imensidão da Chapada Diamantina.



De um lado, avistamos os Morros Três Irmãos e do outro assistimos ao pôr do Sol.



Por ali encontrámos um contador de histórias e foi nosso privilégio assistir à sua representação. Lendas e mistérios envolvem o nome do Morro.



Conta a Lenda que há muitos muitos anos...


Um escravo de nome Inácio, cujo proprietário era um poderoso fazendeiro da região de Lençóis na Bahia, se apaixonou pela filha deste.



Um romance vivido em segredo até ser descoberto e delatado ao pai da Sinhazinha. O pai enfurecido quis acabar com a vida de Inácio, torturar o amor da sua filha. Mas para que tal não acontecesse, a menina decidiu avisar o escravo das intenções de seu pai. Ele ofereceu resistência querendo mesmo enfrentar a situação, mas acabando por aceitar fugir sob a promessa de se encontrarem e ficarem juntos para sempre. Como prova do seu Amor Sinhazinha deixou com Inácio a sua sombrinha comprada na Europa, para que sempre se recordasse dela. Ao saber da fuga o pai determinou que os capangas o capturassem e o torturassem em frente a todos para que servisse de exemplo.



Inácio que era muito esperto e conhecia bem a região ficou muito tempo escondido nas matas fechadas da Chapada Diamantina, comia frutas, leguminosas, raízes, pequenos animais, aves e peixes que conseguia capturar.


Passaram-se meses de um lugar para o outro em grutas, cavernas, acampado na mata, sempre próximo de rios e cachoeiras onde se banhava e se alimentava com facilidade. Só o amor lhe dava alento para continuar a viver, só a esperança lhe dava coragem para superar as dificuldades.


Um dia o capataz soube do seu paradeiro num riacho próximo de um Morro.


Absorto nos seus pensamentos e pensando-se já esquecido, Inácio ouve barulho de cavalos... e dispara a correr só levando a sombrinha. Escondeu-se no Morro e na escuridão subiu por ali acima.



O fazendeiro ficou muito zangado e ofereceu até recompensa pela captura do escravo fugitivo vivo ou morto. Inácio sabia bem da raiva dos seus perseguidores e, conhecendo aquele Morro como ninguém, planeou uma fuga por entre pedras e grutas, por forma a enganá-los definitivamente. Era ágil e destemido e quando os capangas o alcançaram começou a fingir-se assustado saltitando de pedra em pedra, desviando-se dos tiros.


Coreu para a beira do Morro, a uns 300 metros de altura, dando um salto fantástico para o precipício, a sombrinha abriu-se na sua mão, e ele desapareceu por completo, deixando todos boquiabertos.



Ninguém se salvaria ao atirar-se dali, pensaram... também nenhum deles se atreveria a aproximar-se da beira... o Vento ditava uma queda fatal. Como não encontraram o corpo decidiram dizer ao fazendeiro que o escravo se tinha atirado morro abaixo e se desfizera em pedaços.


Porém Inácio... tal como o nosso contador de histórias... que me pregou um valente susto, estava vivo e bem vivo. Tempos depois a menina voltaria a sair de casa e a encontrar Inácio numa gruta. No final de contas encontrava-se grávida. Seu pai adoecera de raiva e acabara por morrer; abrindo assim caminho ao sonho dos dois de viverem juntos para sempre.


Quanto ao Morro que nome poderia ele ter senão Pai Inácio que acabara de ter um lindo menino.



É importante saber que a subida ao Pai Inácio é autorizada apenas até às 17h.



Em contrapartida, a descida é permitida depois deste horário. A dica é levar uma lanterna para poder ficar no topo até ver os últimos raios.



E já Lençóis estava animada quando cruzámos as ruas à procura de um restaurante.



Não falta opção para uma refeição deliciosa, uma boa cerveja artesanal.




Os pratos típicos misturam sabores de todo o mundo e conquistam facilmente o nosso paladar.



À noite, a cidade é ainda mais charmosa e o pequeno centro histórico rende um delicioso passeio a pé.




Música ao vivo e ambiente descontraído.



Grande parte dos restaurantes ficam entre a Rua da Baderna e a Rua das Pedras.



Para o almoço recomendam self-service O Bode.


Mas nós comemos o belo do Açaí na Pratinha.


Encontramos Tapiocas de muitas variadas maneiras. O escondidinho de carne de sol e o godó de banana verde, no restaurante Quilombola;



O Garimpo Gourmet tem moquecas deliciosas.



O Lampião faz um bobó de camarão muito saboroso mas a quantidade cabe na toca de um dente.




A cidade oferece um verdadeiro roteiro gastronómico, ficar por lá mais dias, muitos mais do que tínhamos!!!




No dia seguinte subimos ao topo da Cachoeira da Fumaça.


Seria suposto sairmos mais cedo para conseguirmos de tarde ir até ao Mucugezinho.



Mas achamos que iríamos ver a Fumaça em menos tempo, desprezando o conselho da Rosita... seguimos para a Fumaça mais tarde e ainda nos perdemos nos caminhos.



Acabámos por não comprar o avoador, um biscoito tradicional que a Rosita nos aconselhou no Mercado...



E quando chegamos ao Mucugezinho já não conseguimos entrar.




A Cachoeira da Fumaça é uma das maiores quedas d’água do Brasil.



E tem um dos mais lindos cenários do Parque Nacional da Chapada Diamantina.




O passeio mais comum é a trilha da Fumaça por cima, trajeto de 12 km (ida e volta) que leva ao topo da cachoeira.



O percurso exige bastante fôlego, já que os primeiros 2 km são uma boa subida.



Fizemos mais de 15 Km pelo que caminhamos depois lá em cima e algumas voltas em que nos perdemos um pouco.



Foi um desafio incrível, suámos, rimos, superámos todas as nossas forças... as pernas tremeram, o corpo ressentiu-se, mas a beleza valeu cada passo.



Conhecemos a Erika e família que deixaram para trás o mundo do trabalho e partiram numa aventura sem igual de viajar pelo mundo...



E entre muitas conversas animadas... aprendi a molhar a cabeça para não desidratar!



Momentos como este elevam-nos a uma outra dimensão!



Transportam-nos mais além e por isso agradeço a todas as Energias e também aqueles que me acompanham nestas aventuras.




A Cachoeira da Fumaça está distante 80 km de Lençóis e 3 km do Vale do Capão.



O privilégio de espreitar o arco-iris. E como descrever este sentimento!



E fica ainda muito por fazer....



A Cachoeira do Buracão está ainda na minha lista. É considerada uma experiência única uma vez que se tem de enfrentar um estreito canyon a nado para chegar à cachoeira, mas não conseguimos ir desta vez. Fica aqui a dica. Fica a 250 km de Lençóis.


O Serrano é a praia de Lençóis, localizado a apenas 10 minutos de caminhada do centro da cidade, faz parte do Parque Municipal da Muritiba.


São um conjunto de corredeiras onde observamos um grande número de piscinas naturais, mas nesta altura não tinham água, pelo que a Rosita nos desaconselhou.


É possível fazer todo o circuito do Parque da Muritiba, que inclui o salão de areias coloridas, o Poço Halley, a Cachoeirinha e a Cachoeira da Primavera.


No Parque Nacional da Chapada Diamantina, existem cerca de 360 cachoeiras.


A Cachoeira do Mosquito, Cachoeira do Sossego, Ribeirão do Meio, a Cachoeira do Poço do Diabo e, um passeio até ao Roncador.


Para quem está no Vale do Capão, a Cachoeira do Riachinho, Cachoeira da Angélica e Cachoeira da Purificação.



E se o tempo for de muita chuva, pergunte na região se a Cachoeira do Ferro Doido, em Morro do Chapéu, está com água. Ela só aparece quando há dias seguidos de tempestades, mas é uma das mais encantadoras.



O Vale do Pati tem fama de ser um dos mais belos trekkings do Brasil. Este é um lugar quase intocado, não existe rede nem luz eléctrica.


No Poço Encantado, localizado a 140 km de Lençóis.



O Poço Azul, a uma distância de 94 km de Lençóis, o destaque é a possibilidade de flutuação nas águas transparentes da gruta.



Assistir ao pôr do sol no Mirante do Camelo, a paisagem é linda e tem acesso para carros, sem ser necessário percorrer trilha.


A trilha das Águas Claras é um trekking sem muito esforço. É possível ver alguns dos mais espetaculares cartões postais da Chapada.



São 18 km ida e volta.



Voltaremos nem que seja para almoçar Cortado de Jaca, famoso da região.




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