A caminho de Gangtey: No Shoes No photo!
A partir de Thimpu dirigimo-nos a Gangtey via Dochula.
Uma viagem de 50 minutos desde Thimphu leva-nos ao Passo Dochula.
O trajeto passa pelas altas montanhas de Dochula em direção ao Vale Phobjika.
Pelo caminho, paramos num dos primeiros Mosteiros do Butão, uma fortaleza do séc. XVII - Simtokha Dzong - e no Mosteiro Goemba Hongtsho para ver as pinturas nas paredes do antigo mosteiro.
Parece até que voltamos muito atrás no tempo, a vida aqui passa sem pressas.
Gangtey é um lugar de uma grande simplicidade, alheio ao resto do ritmo do mundo, mantém uma essência pura, um pequeno povoado sem modernidades, praticamente sem comércio, sem carros, sem telefones!
O caminho de Thimphu até Gangtey (que fica num vale no parque Nacional Black Mountains) são cerca de 140Km durando mais ou menos 4 horas.
A estrada é muito estreita, sinuosa e pendurada nas montanhas.
Fiquei fascinada com a quantidade de camiões coloridos e enfeitados.
Os Iaques, uma espécie de boi tibetano de pêlo comprido, desperta a nossa curiosidade... quando um bebé de repente resvala pela encosta abaixo e deixa a sua progenitora em pânico!
O mais engraçado foi quando o nosso guia quis ajudar e ela lhe queria marrar pensando que ele iria fazer mal ao bebé!
É uma das mais belas paisagens de montanha que vimos.
Pode-se testemunhar vistas esplêndidas dos Himalaias cobertos de neve.
Num dia luminoso tem-se uma visão de muitos picos do Butão como GangkarPuensum 7.497m, Kangphugang 7.170m, Masagang 7.158m, Jejegangphugang 7.158m, Terigang 7.060m e Zongphugang 7.060m .
No belíssimo Vale Probjikha, a maior cidadela é Gangtey. Não chega a ser uma cidade, mas uma aldeia budista rural.
Pequenos chortens espalham-se na encosta, de um verde exuberante, este lugar conta uma história interessante de espiritualidade.
Criaram o Dochula Pass em homenagem aos 108 soldados butaneses que morreram numa operação militar de 2003. Druk Wangyal Chortens.
É um local de importância histórica e religiosa, a temperatura aqui desce francamente, a altitude é de cerca de 3100m.
Eis o lindo templo.
Existem muitos chortens, bandeiras de oração e rodas de oração por estas bandas.
O Vale Gangtey, também chamado de Vale Probjikha é um dos destinos mais bonitos do Butão.
A região possui vários trilhos pelo meio da natureza, pelos quais fizemos passeios maravilhosos, espreitando a vida dos locais.
Gangtey possui os seus próprios locais religiosos importantes, como o Mosteiro Gangtey Goempa, situado na cabeceira do vale, de onde se pode desfrutar de vistas magníficas.
O Mosteiro Gangtey fica no cimo de uma pequena colina que se eleva do fundo do vale.
Está localizado na encosta do vale Phobjikha.
Foi construído no século XVII.
Cercado por uma grande aldeia habitada principalmente pelas famílias dos 140 Gomchens que cuidam do Mosteiro.
As casas parecem pequenos templos, muito tradicionais, desenhadas num respeito enorme pela religiosidade.
Algumas muito rústicas estilo a minha casa de madeira de sonho!
Ainda outras muito pobres e humildes.
As gentes tão simples e simpáticas, sem pressa de viver, tranquilas e absorventes nos seus olhares discretos.
As casas são espalhadas pelo Vale Probjikha e as estradas são todas de terra.
Ali é possível sentir a essência do Butão. Entrar em contacto com pessoas que nunca saíram daqueles campos para ver o que há além das altas montanhas. A cultura ainda não sofreu nenhuma interferência do mundo exterior.
Homens e mulheres trabalham lado a lado e em grupo, ajudando-se mutuamente.
Em Gangtey dormimos num dos Hotéis mais bonitos desta viagem, Dewachen Hotel & Spa.
Claro que a envolvente também ajudava e de que maneira, toda a natureza que circundava o espaço era muito bela, a tranquilidade e a paz....
A nossa linda sala de jantar e pequeno-almoço!
O nosso quartinho super acolhedor.
No Butão sempre que entramos nos templos temos de nos descalçar, aliás como quase em toda a Ásia. A acrescentar a isto não podemos tirar fotos no interior dos templos. Por isso adoptámos uma frase de brincadeira entre nós e o guia:
No shoes, no photo!
Descalça é proibido tirar fotos!
Daí que cada vez que ele me dizia no shoes eu guardava a máquina de fotos na bolsa.
Ainda bem que não estivemos na praia!!
Normalmente os recintos estão muito limpos e não se vê lixo espalhado pelo chão!
Além disso os exteriores dos templos são muito interessantes também e aí nunca nos cansamos de tirar fotos e procurar os pormenores mais interessantes.
Aproveitar e aprender com as diferenças é isso que nos enriquece em todos os momentos de viagem!
Estes templos são muito coloridos e cheios de vida, diferentes de tudo o que já vimos.
A visita que fizemos a uma escola foi bem interessante apesar de ser um dia feriado em que as crianças estavam ausentes.
E lá seguimos até Punakha.